Polícia vai investigar vazamento de operação contra o PCC após encontrar caixas vazias de relógios na casa de investigado
05/11/2025
(Foto: Reprodução) Operação investiga infiltração de facção criminosa no mercado de combustíveis no Piauí
A Polícia Civil do Piauí investiga o possível vazamento de informações da Operação Carbono Oculto, deflagrada na manhã desta quarta-feira (5). A ação interditou 49 postos de combustíveis no Piauí, Maranhão e Tocantins, suspeitos de funcionar como empresas de fachada para lavar dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC).
De acordo com o secretário de Segurança do Piauí, Chico Lucas, foram encontradas caixas vazias de relógios de luxo nas casas dos investigados. Ele afirmou ainda que dois empresários, alvos de mandados de busca e apreensão, viajaram para São Paulo e Brasília na véspera da operação, o que pode indicar vazamento de informações.
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“Nós achamos dezenas de caixas de relógios e de joias vazias. Esses relógios custam centenas de milhares de reais, são Rolex e outras marcas famosas. Então, muito provavelmente, como têm valor agregado muito alto, eles colocaram dentro da mala e fugiram. Vamos relatar tudo isso à Justiça, mostrando que houve sim evasão de patrimônio e de recursos", disse o secretário em entrevista à TV Clube.
"Eles não estão contribuindo com as investigações e, ainda ontem de manhã, foram para São Paulo e Brasília, provavelmente fugindo da operação”, completou o secretário.
Polícia vai investigar vazamento de operação contra o PCC após encontrar caixas vazias de relógios na casa de investigado
Reprodução/TV Clube
A operação apura um esquema de lavagem de dinheiro estimado em R$ 5 bilhões. Além dos postos de combustíveis, o grupo usaria empresas de fachada, fundos de investimento e fintechs para movimentar recursos e ocultar o patrimônio do PCC.
Entre os bens apreendidos estão um Porsche avaliado em R$ 550 mil e um avião modelo Cessna Aircraft 210M, pertencente ao empresário Haran Santhiago Girão Sampaio. Segundo o secretário, foram solicitadas informações à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) sobre outras aeronaves ligadas ao grupo.
"Uma [aeronave] foi localizada, já foi sequestrada, as outras três a gente tá pedindo informação para a Anac para saber qual o destino delas", citou Chico Lucas.
Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em duas casas de condomínio de luxo nos bairros Uruguai e Novo Uruguai, na Zona Leste de Teresina, além de cinco apartamentos nas zonas Leste, Sudeste e Sul da capital. Também houve busca em um imóvel de condomínio em Araraquara, no interior de São Paulo. A Justiça determinou ainda o bloqueio de R$ 348 milhões em bens de 10 pessoas e 60 empresas.
"Só [foram cumpridos mandados de] busca e apreensão, mas não conseguimos nem localizar esses empresários na busca e apreensão. Eles saíram do Piauí, por isso que a gente tá avisando para que cumpra os mandados de busca e apreensão", disse.
O secretário informou ainda que o Ministério Público do Piauí deve pedir à Justiça a prisão dos empresários. “O MP vai recorrer pedindo a prisão deles justamente por não terem contribuído com as investigações”, afirmou.
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